Por Carlos Mendes
Comando-Geral terá que explicar aos promotores quais os critérios usados para o aluguel dos 450 carros
(Nota do Blog: conforme pediu o Deputado Italo Mácola em Requerimento nº 119/2010 de 30/06/10 na tribuna da Alepa)
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Augusto Leitão, tem prazo de 48 horas, a contar desta quarta-feira, para informar aos promotores Armando Brasil e Gilberto Valente Martins quais os critérios usados para o aluguel de 450 carros de passeio que servirão à PM nos próximos dois anos. O ofício endereçado ao Comando-Geral é assinado pelos dois promotores, que abriram investigação sobre o caso. O coronel Leitão, que está em férias fora do Brasil, já foi avisado por auxiliares sobre o procedimento aberto pelo Ministério Público.
Como a administração pública é impessoal, o ofício terá de ser respondido dentro do prazo, com as informações solicitadas pelo subcomandante-geral, o coronel Edivaldo Sarmanho. O promotor Armando Brasil disse que o trabalho está apenas no começo. De acordo com as informações enviadas pelo comando da PM, ele e Valente Martins tomarão outras providências.O major Walber Wolgrand Marques, da reserva da PM, por sua vez, ingressou na procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público Estadual com “notícia de ilegalidade” da locação das viaturas pela PM. Segundo ele, os termos do contrato não foram divulgados para a opinião pública paraense, nem mesmo foi esclarecido se foi realizada pesquisa de preço necessária para atestar se a adesão feita em cima de um contrato com a PM de Goiás foi vantajosa para administração militar paraense.“Não foi esclarecido se o objeto do contrato em questão não ultrapassou 100% dos quantitativos registrados na ata de preços”, diz o major, que esteve pessoalmente na sede do MP protocolando a denúncia. Em um trecho do documento, Wolgrand salienta que, além da resenha do contrato, publicada no Diário Oficial nº 31709, de 15 de julho de 2010, “ninguém, além do comandante da PM, teve acesso aos termos do contrato, nem mesmo a presidenta da Comissão de Licitações da PM, o diretor de Apoio Logístico e o chefe do Estado Maior Estratégico da corporação”.Ele estranha que o contrato esteja sendo guardado “a sete chaves” como se fosse um documento privado. E diz que a operação financeira de R$ 20 milhões não foi precedida de qualquer planejamento pelo Estado Maior Estratégico da PM. Esse estudo prévio é de suma importância para abalizar uma operação financeira dessa monta.CUSTO“Não se deve locar de súbito um número tão elevado de veículos automotores para serem empregados no policiamento da cidade sem se aferir a verdadeira necessidade de tal aquisição e o custo benefício para o Estado, uma vez que se trata de uma locação e toda má utilização do veículo implicará em prejuízo para a administração pública”. Para o major, o planejamento deve aferir o tipo de viatura mais adequada para a finalidade que se deseja atingir, a forma de emprego, a disponibilidade de motoristas policiais e toda a logística necessária para que o bem público seja empregado, ou utilizado, da maneira mais eficaz, evitando-se assim o desperdício do dinheiro do contribuinte.O fato dos novos veículos ficarem parados nas esquinas, nos chamados pontos base, também chamou a atenção no major. “alugam-se carros com o dinheiro público para deixá-los parados, embora a responsabilidade pela manutenção seja da empresa locadora. Enquanto isso, os veículos da frota permanente da PM se desgastam em diuturnas rondas pela cidade, sendo a manutenção realizada pela própria PM ou empresa contratada para esse fim”.Esse procedimento, para Wolgrand, beneficiará a Delta Construções uma vez que, dificilmente, os veículos precisarão de manutenção. Eles serão poupados ao não serem utilizados como veículos policiais, mas como “treileres” ou coisas do gênero. O uso de viaturas, acrescenta o major, no policiamento ostensivo geral, deve ocorrer quando se pretende policiar uma área superior que o policiamento a pé, a cavalo, bicicleta, entre outros, não é capaz de realizar, pela maior agilidade e capacidade de cobertura que a viatura propicia.Wolgrand quer que o procurador-geral solicite da PM a cópia do contrato firmado entre a corporação e a Delta Construções, a ata de registro de preços, pesquisa de preços e todos os instrumentos que levaram a assinatura do documento. O major pede também cópia do planejamento operacional que motivou a decisão de locar os veículos, aumentando a frota da PM em mais de 900%, para que seja verificado se o ato administrativo de locação teve justa e adequada motivação.A relação dos motoristas policiais pertencente ao quadro de serviços da corporação que irão dirigir as 450 viaturas também é solicitada. No final, o major pede ainda que sejam adotadas “medidas necessárias” para que o procurador Almerindo Leitão, e o promotor Natanael Leitão, irmãos do coronel Augusto Leitão, “não interfiram na apuração dos fatos”.
Fonte: Diário do Pará.
Comando-Geral terá que explicar aos promotores quais os critérios usados para o aluguel dos 450 carros
(Nota do Blog: conforme pediu o Deputado Italo Mácola em Requerimento nº 119/2010 de 30/06/10 na tribuna da Alepa)
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Augusto Leitão, tem prazo de 48 horas, a contar desta quarta-feira, para informar aos promotores Armando Brasil e Gilberto Valente Martins quais os critérios usados para o aluguel de 450 carros de passeio que servirão à PM nos próximos dois anos. O ofício endereçado ao Comando-Geral é assinado pelos dois promotores, que abriram investigação sobre o caso. O coronel Leitão, que está em férias fora do Brasil, já foi avisado por auxiliares sobre o procedimento aberto pelo Ministério Público.
Como a administração pública é impessoal, o ofício terá de ser respondido dentro do prazo, com as informações solicitadas pelo subcomandante-geral, o coronel Edivaldo Sarmanho. O promotor Armando Brasil disse que o trabalho está apenas no começo. De acordo com as informações enviadas pelo comando da PM, ele e Valente Martins tomarão outras providências.O major Walber Wolgrand Marques, da reserva da PM, por sua vez, ingressou na procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público Estadual com “notícia de ilegalidade” da locação das viaturas pela PM. Segundo ele, os termos do contrato não foram divulgados para a opinião pública paraense, nem mesmo foi esclarecido se foi realizada pesquisa de preço necessária para atestar se a adesão feita em cima de um contrato com a PM de Goiás foi vantajosa para administração militar paraense.“Não foi esclarecido se o objeto do contrato em questão não ultrapassou 100% dos quantitativos registrados na ata de preços”, diz o major, que esteve pessoalmente na sede do MP protocolando a denúncia. Em um trecho do documento, Wolgrand salienta que, além da resenha do contrato, publicada no Diário Oficial nº 31709, de 15 de julho de 2010, “ninguém, além do comandante da PM, teve acesso aos termos do contrato, nem mesmo a presidenta da Comissão de Licitações da PM, o diretor de Apoio Logístico e o chefe do Estado Maior Estratégico da corporação”.Ele estranha que o contrato esteja sendo guardado “a sete chaves” como se fosse um documento privado. E diz que a operação financeira de R$ 20 milhões não foi precedida de qualquer planejamento pelo Estado Maior Estratégico da PM. Esse estudo prévio é de suma importância para abalizar uma operação financeira dessa monta.CUSTO“Não se deve locar de súbito um número tão elevado de veículos automotores para serem empregados no policiamento da cidade sem se aferir a verdadeira necessidade de tal aquisição e o custo benefício para o Estado, uma vez que se trata de uma locação e toda má utilização do veículo implicará em prejuízo para a administração pública”. Para o major, o planejamento deve aferir o tipo de viatura mais adequada para a finalidade que se deseja atingir, a forma de emprego, a disponibilidade de motoristas policiais e toda a logística necessária para que o bem público seja empregado, ou utilizado, da maneira mais eficaz, evitando-se assim o desperdício do dinheiro do contribuinte.O fato dos novos veículos ficarem parados nas esquinas, nos chamados pontos base, também chamou a atenção no major. “alugam-se carros com o dinheiro público para deixá-los parados, embora a responsabilidade pela manutenção seja da empresa locadora. Enquanto isso, os veículos da frota permanente da PM se desgastam em diuturnas rondas pela cidade, sendo a manutenção realizada pela própria PM ou empresa contratada para esse fim”.Esse procedimento, para Wolgrand, beneficiará a Delta Construções uma vez que, dificilmente, os veículos precisarão de manutenção. Eles serão poupados ao não serem utilizados como veículos policiais, mas como “treileres” ou coisas do gênero. O uso de viaturas, acrescenta o major, no policiamento ostensivo geral, deve ocorrer quando se pretende policiar uma área superior que o policiamento a pé, a cavalo, bicicleta, entre outros, não é capaz de realizar, pela maior agilidade e capacidade de cobertura que a viatura propicia.Wolgrand quer que o procurador-geral solicite da PM a cópia do contrato firmado entre a corporação e a Delta Construções, a ata de registro de preços, pesquisa de preços e todos os instrumentos que levaram a assinatura do documento. O major pede também cópia do planejamento operacional que motivou a decisão de locar os veículos, aumentando a frota da PM em mais de 900%, para que seja verificado se o ato administrativo de locação teve justa e adequada motivação.A relação dos motoristas policiais pertencente ao quadro de serviços da corporação que irão dirigir as 450 viaturas também é solicitada. No final, o major pede ainda que sejam adotadas “medidas necessárias” para que o procurador Almerindo Leitão, e o promotor Natanael Leitão, irmãos do coronel Augusto Leitão, “não interfiram na apuração dos fatos”.
Fonte: Diário do Pará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário