
A princípio, Serra procurou minimizar as declarações de Indio - afirmando que se trata de uma opinião - e aproveitou para cobrar apuração do caso do vazamento do Imposto de Renda de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB. A suspeita é que o os dados do dirigente tucano tenham abastecido um suposto dossiê que estaria sendo organizado pelo chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha da candidata petista, Dilma Rousseff.
"Os esclarecimentos do que disse, do que não disse, o próprio Indio da Costa o fará. Agora, de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões. Alguns podem gostar, outros não gostar", declarou Serra, chamando a atenção para o que considera "uma coisa mais séria". "Que é quebra de sigilo, que é afronta à Constituição, prática de crime". Para o candidato do PSDB, a quebra de sigilo seria usada "como arma para baixaria eleitoral". "Essa questão precisa ser apurada, ir para a Justiça e ser resolvida ali na Justiça, porque é um crime muito grave como vários outros que têm sido praticados, cercando toda essa história de dossiê."
Metamorfose
Serra também comentou a possibilidade de o PT entrar com representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra a subprocuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau. O tucano ironizou, afirmando que partido adversário, de forma recorrente, busca culpados quando pratica ilegalidades. O PT estuda a medida porque considera que a subprocuradora age com rigor em excesso ao solicitar investigações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob acusação de abuso de poder político em favor de Dilma.
Serra, contudo, preferiu atacar o PT e manteve a estratégia de evitar críticas diretas a Lula. "O PT faz uma coisa sempre interessante. Quando pratica algo ilegal com alguém, a vítima passa a ser a culpada. Quando é condenado pela Justiça, a Justiça passa a ser culpada. Realmente é uma capacidade de metamorfose sensacional, mas que tem muito pouca credibilidade. Francamente, eu nunca tinha ouvido isso."
Perguntado em seguida se Lula não estaria desafiando a Justiça Eleitoral, o presidenciável repetiu que o presidente não é candidato. "O Lula a partir de 1º de janeiro não é mais presidente da República, não é em torno dele que a campanha está centrada. A campanha de ninguém", ressaltou.
Votar melhor
Em companhia do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, candidato à reeleição, e do ex-governador Aécio Neves, que disputa uma vaga no Senado, Serra participou da inauguração de um comitê tucano na região central da capital mineira. Os candidatos conversaram com populares e fizeram uma rápida caminhada até o comitê, acompanhados de cabos eleitorais.
Serra voltou a se comprometer com obras federais em Minas, como a ampliação do metrô de Belo Horizonte e do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e investimentos no Anel Rodoviário da capital. Antes, o presidenciável participou do popular programa TV Verdade, da Alterosa, uma emissora local. Serra respondeu perguntas de telespectadores; repetiu que pretende manter e fortalecer o Bolsa-Família e exortou os eleitores a votarem melhor ao responder um questionamento. "Em Brasília tem de tudo. Tem gente boa e gente muito ruim. Tem malandro e tem gente séria. Só não tem gente que não foi eleita no Congresso Nacional. Todo mundo que está lá foi eleito. Então, vamos votar melhor", disse, reiterando que é favorável ao projeto Ficha Limpa.
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