terça-feira, 3 de setembro de 2013

Transporte fluvial na Região Amazônica deve crescer 12% em dez anos

 Transporte fluvial na Região Amazônica deve crescer 12% em dez anos

A demanda pelo transporte fluvial de passageiros na região Amazônica deve aumentar aproximadamente 12% nos próximos dez anos – a demanda total projetada vai subir de 8,9 milhões em 2012 para 9,9 milhões de passageiros em 2022. Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq) nesta quinta-feira (20).

Esta e outras informações estão presentes no relatório "Caracterização da Oferta e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros na Região Amazônica", lançado pela Antaq durante um evento realizado na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília.

Segundo a Agência, o objetivo é contribuir com a formulação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da navegação fluvial de passageiros, além de oferecer subsídios à elaboração de novos estudos e ao planejamento e desenvolvimento sustentável da Amazônia. Outra meta é melhorar a qualidade dos serviços prestados aos passageiros.

O superintendente de Navegação Interior da Antaq, Adalberto Tokarski, falou sobre a importância do relatório. “É um diagnóstico das principais linhas de transporte fluvial de passageiros e cargas na Amazônia. Cerca de 80% das vias navegáveis do Brasil estão na região. Verificamos se há linhas ociosas ou que precisam de mais embarcações”, disse.

O levantamento traça um perfil dos passageiros que utilizam o transporte fluvial nas 317 linhas avaliadas. Os usuários têm, em média, entre 18 a 30 anos de idade, com nível de escolaridade que oscila entre o 1° e 2° graus. A maioria (73,2%) está inserida no mercado de trabalho com rendimento mensal que vai até três salários mínimos. A proporção entre homens e mulheres é equilibrada – 50,9% e 49,1%, respectivamente.

O diretor interino da Antaq, Mário Povia, disse que o estudo reforça o trabalho de cunho social da Agência. “Detectamos que algumas medidas devem ser asseguradas para garantir condições de serviços razoáveis e que levem em conta a dignidade da pessoa humana. Os estudos e diagnósticos vão contribuir para a Antaq atingir este objetivo”, afirmou.

Entre as dificuldades, a Agência identificou que a maioria das linhas ainda é servida por embarcações de tecnologia ultrapassada. Também foi identificada a falta de subsídios do governo federal para incentivar o uso de tecnologias mais modernas, proporcionando um transporte mais rápido, seguro e dinâmico à população.

O estudo destaca que a baixa qualidade dos serviços – conforto, segurança e higiene, por exemplo – é justificada pela necessidade de cobrança de tarifas de baixo valor, uma vez que os usuários têm renda baixa. Os terminais também foram considerados inadequados e não possuem os equipamentos necessários para a operação do transporte com passageiros.

Sobre estes problemas, o gerente de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior da Antaq, José Renato Ribas Fialho, comentou que o órgão estuda a criação de parâmetros mínimos para as embarcações, que deverão ser respeitados, em relação a itens como conforto, higiene e acessibilidade. “Queremos que os navios operem com os serviços adequados”, explicou.

O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, afirmou que o estudo é um marco importante para avaliar a questão do transporte de passageiros na região Amazônica. “Os problemas do transporte são múltiplos e a CNT tem preocupação em identificá-los. É importante saber que existe uma estrutura consolidada sobre a produção de informações relativas ao setor aquaviário no Brasil”, avaliou.
Agência CNT de Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário