sexta-feira, 12 de março de 2010

Greve no Detran, com feridos, é o retrato do Governo

Servidores






Servidores do Detran foram ao Palácio dos Despachos cobrar posição da Governadora.

Texto do Jornal Diário do Pará

O primeiro dia de greve dos servidores do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) foi de confusão. Portas de vidros foram quebradas e quatro trabalhadores ficaram feridos, entre eles o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran), Elias Monteiro, e o diretor financeiro, Gustavo Oliveira. Segundo Lacênio Barbosa, diretor de comunicação do sindicato, os servidores em greve ouviram um boato de que a diretora em exercício, Denise Silveira, iria cortar o ponto dos grevistas e suspender o pagamento do tíquete alimentação. Por conta disso, uma comissão seguiu para o gabinete da diretoria para verificar a veracidade da informação, mas foram impedidos por um grupo de policiais. “Foi aí que começou a confusão. Os dois grupos entraram em choque e resultou em quebra-quebra”.

Após o conflito, a diretora teria informado que os descontos não seriam realizados. “Lamentamos que nós, trabalhadores, tenhamos que passar por isso. O ato de ir até a diretoria é rotineiro. Não íamos fazer confusão, apenas solucionar uma dúvida”. Ele afirma ainda que foi registrado um Boletim de Ocorrência e que os feridos farão exame de corpo de delito no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Esta greve já é a segunda de 2010. A decisão foi tomada pelo Sindetran porque o governo do Estado não teria dado início às discussões para a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) e da Lei de Reestruturação, principais reivindicações da categoria.
PLANO - A greve só será suspensa com um posicionamento do governo. Barbosa explica que PCCR já está pronto e precisa da aprovação do governo para ir à votação na Assembleia Legislativa do Estado. “O governo quer negociar primeiro com a Intersindical, mas nós entendemos que o Detran possui especificidades que requerem mesa de negociação própria”. Dos 12 guichês de atendimento, apenas dois estavam funcionando na manhã de ontem. Zumira Batista conta que chegou ao local por volta das 7h para pedir segunda via da habilitação e do documento do veículo mas, até as 10h, ainda havia mais de cem pessoas na sua frente. “Vou ter que esperar, porque senão ainda corro o risco da greve atingir todos os servidores e aí vou ter que esperar mais tempo ainda”.
CULPADOS - O diretor-superintendente do Detran, Alberto Campos informou que irá instaurar processo administrativo para apurar as responsabilidades dos atos de vandalismo patrocinados por servidores ontem na sede do órgão. “Essa é a minha obrigação como gestor público. Não podemos deixar passar em branco toda essa violência”.Ele acusa os servidores do órgão de não cumprirem acordos. “Após o fim da greve de 10 dias no Carnaval, o servidores sentaram com o governo e assinaram um acordo onde foram negociadas e cumpridas algumas reivindicações. Agora para a nossa surpresa descumpriram o que assinaram com o Executivo e retornam novamente à greve, patrocinando antes esses atos lamentáveis”.Ele disse que após o episódio foi procurado pelo presidente do Sindetran, que pediu desculpas pelo ocorrido. Ele teria afirmado que o objetivo da manifestação não era o que resultou. “Nossa preocupação agora é garantir os 30% de servidores trabalhando como manda a Lei para que o usuário não seja prejudicado”.
DETRAN, FUNCIONAMENTO - Estão suspensos os serviços de vistoria e emissão de Carteira Nacional de Habilitação. Os outros serviços estão com o corpo de funcionários reduzido e estão sendo realizados por temporários. HISTÓRICO - A primeira greve dos servidores do Detran iniciou no dia 10 de fevereiro e foi suspensa no dia 19, após um comprometimento da Justiça estadual em intermediar as negociações entre governo e sindicato. Porém, segundo Lacênio Barbosa, nada foi feito desde então.>> Estado sob ameaça de outra paralisaçãoServidores públicos de pelo menos 12 secretarias estaduais prometem entrar em greve a partir do dia 24 caso suas reivindicações não sejam acatadas durante reunião que será realizada na tarde de hoje entre a Intersindical e o governo.Mirian Oliveira, coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde (Sindsaúde), diz que desde o ano passado os sindicatos estão em processo de negociação e que, até o momento, não foram atendidos. Na pauta principal de negociações estão: criação de planos de cargos para todas as categorias, reajuste salarial de 45% abrangendo todos os níveis de escolaridade, aumento no valor do tíquete alimentação para R$ 300 e implantação de planos odontológicos.Oliveira informa que ano passado, a proposta do sindicato era um reajuste salarial de 15% mas que a contraproposta do Estado foi de apenas 4,5%, valor que não foi aceito pelos servidores e aumento no valor do tíquete de nível médio para R$ 94 e superior para R$ 114, mas somente a partir de outubro de 2010. Atualmente, os valores são de R$ 90 e R$ 110, respectivamente. Na Secretaria de Planejamento (Sepof) ninguém foi localizado para falar sobre o assunto.


Um comentário:

  1. Pará - "Terra de Direitos" - valeu Governadora! Esse descaso com o servidores públicos estatuários que lutam por seus direitos só poderia acontecer mesmo aqui no Pará!

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