A saúde é uma das áreas mais importantes em um governo. A cada mudança de gestores, aumenta a expectativa da população por melhorias. Segundo o novo secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco, a política de sua gestão será em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). "Queremos implementar efetivamente o SUS da forma como ele está no papel, embora saibamos que não é fácil implementar um programa como esse, que tem 20 anos de existência e apresenta características socialistas dentro de um País capitalista, como é o caso do Brasil, onde a saúde e a doença ainda são tratadas como mercadorias", diz.
O secretário afirma que a prioridade é fazer funcionar a Unidade do Câncer do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), da Universidade Federal do Pará (UFPA), que terá capacidade de atender 100 pessoas por dia com serviços de radioterapia, quimioterapia e cirurgia. A iniciativa está em andamento. "Já pedimos o apoio do reitor da UFPA, o professor Carlos Maneschy e deveremos inaugurar até maio deste ano. Isso vai descongestionar o Hospital Ofir Loyola e a fila de pessoas que aguardam tratamento de câncer".
Além disso, antes de março deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) quer realizar a transferência da Unidade de Diagnósticos de Meningite (UDM), que está em situação precária na Pedreira, para a UDM do HUJBB, a qual foi financiada pelo Estado durante o mandato anterior de Jatene e no governo anterior, mas que estava parada. O Estado se comprometeu em garantir os insumos e os funcionários e o HUJBB entrará com a estrutura hospitalar e laboratório. "Com isso, garantiremos diagnóstico mais preciso e trataremos as pessoas com melhor condição. Além disso, as nossas ações imediatas estão voltadas no combate à dengue e conclamamos a população para tomar os cuidados necessários, porque esse é um combate que não depende somente do poder público", afirma.
Atenção especial também será dada, segundo ele, à atenção básica, uma vez que "hoje boa parte das pessoas são internadas com hipertensão e diabetes, que não foram controladas". "As maiores causas de morte por doença no Brasil são a hipertensão e o diabetes e suas consequências, então, vamos repassar também recursos estaduais para os municípios aplicarem no programa voltado para essas doenças e convencer os gestores municipais da importância da implementação dessa política de saúde. Esse é um programa fundamental para que consigamos diminuir as internações e o custo não é alto", completa.
Infraestrutura será verificada para evitar superlotação
dos problemas enfrentados com frequência pela população é o atendimento deficiente nos prontos-socorros da cidade, os quais vivem lotados. Sobre o assunto, Hélio Franco diz que será feito, de imediato, levantamento dos 76 hospitais municipais, nos quais será verificada a infraestrutura. "Veremos o que eles têm de estrutura de equipamentos, vamos equipá-los, qualificar os profissionais e buscar fixar o médico no município. Nossa finalidade é fazer com que o paciente do interior venha para a capital já com o diagnóstico da doença e evitar que ele ainda venha atrás da realização de exames básicos, para que venha mais direcionado para Belém sobre a doença. Isso ajuda bastante na diminuição da demanda para a capital".
Na sua gestão, o secretário afirma, ainda, que os Hospitais Regionais, ligados diretamente à Sespa (nos municípios de Cametá, Conceição do Araguaia, Salinópolis, Tucuruí e Abelardo Santos), serão mais equipados. Quanto aos Hospitais Regionais que são administrados pelas organizações sociais, ele ressalta que a Sespa vai acompanhar "mais de perto", para verificar se o contrato feito com o Estado é cumprido.
"Quando todos funcionarem bem conseguiremos diminuir a demanda de pessoas que vêm em busca de atendimento em Belém. Mas precisamos também trabalhar uma cultura de paz, porque hoje 80% dos pacientes do Hospital Metropolitano, em Belém, são vítimas de acidente de trânsito e 20% são pessoas que levaram tiros e facadas. Isso sem se falar nas sequelas que são ocasionadas, que geram mais implicações à saúde", explica.
Com relação à criação de novos hospitais, Hélio Franco pondera que primeiro serão concluídos os que já existem, como nos municípios de Bagre, Senador José Porfírio e Ponta de Pedras. "Um outro problema grave é o hospital de Tailândia, que foi feito no governo de Jatene, que, em princípio, ficaria com a prefeitura, mas esta não quis mais e acabou que o Estado teve que assumir. Vamos ter que resolver isso".
Recursos - Este ano, os recursos previstos para serem investidos em saúde no Estado deverão chegar a R$ 1 bilhão. Em 2010, foram R$ 720 milhões. Todos os anos o Estado direciona 12% da sua arrecadação líquida ao setor. O recurso é repassado por meio do Fundo Estadual de Saúde.
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