Superintendente da Susipe afirma que impedir que celulares e outros objetos entrem nas cadeias deve ser uma rotina.
A superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), em parceria com as Polícia Civil e Militar, realiza vistorias nas 37 unidades penais do Estado para evitar com que objetos não permitidos entrem e permaneçam nas unidades prisionais. A vistoria já aconteceu em três unidades, desde o último dia 1º.
A de ontem foi no Centro de Recuperação Penitenciária do Pará III (CRPP III), onde foram encontrados 36 celulares, 25 carregadores, 14 chips, 72 baterias de celular, 10 substâncias entorpecentes (ainda não identificadas), 50 estoques e 200 gramas de maconha. No Centro de Recuperação Penitenciária do Pará II (CRPP II), dia 6 passado, foram encontrados sete celulares, quantidade significativa de entorpecentes, um carregador, um fone de ouvido, seis chips de celular e uma bateria. Já no Centro de Recuperação Penitenciaria do Pará I (CRPP I), em revista preventiva, no último dia 1º, foram apreendidos oito celulares, quatro carregadores, cinco chips, 13 estoques, três papelotes de substância entorpecente e uma tesoura.
Segundo o major Francisco Bernardes, superintendente da Susipe, a preocupação maior é fazer não somente a revista, mas prevenir para que esses e outros tipos de materiais não entrem nas unidades prisionais. "Essa será uma atividade de rotina e não extraordinária na nossa administração. Para isso, vamos redobrar os cuidados e não vamos permitir que esses materiais entrem e permaneçam nas unidades. É necessário, ainda, que seja instrumentalizado na Corregedoria de Polícia procedimentos de apuração para responsabilizar a entrada de objetos não permitidos. É certo que pode haver falhas, envolvimentos de agentes penitenciários, mas vamos apurar", afirma.
Outros problemas nas casas penais do Estado, a superlotação é um dos maiores entraves ao desenvolvimento de ações como essa, pois a marca carcerária está além da capacidade operacional: são 9.406 presos para 6.525 vagas disponíveis nas unidades prisionais da Susipe. A maioria dos presos está na faixa etária entre 18 e 24 anos. "O excesso de pessoas presas dificulta nossas manobras operacionais internas. É necessário termos mais agentes, e a fiscalização tem que ser redobrada. Temos em vista projetos em andamento para construção de novas unidades prisionais à região metropolitana de Belém e para os municípios de Breves, Santarém e Marabá", informa.
Entretanto, esse problema não poderá ser solucionado somente com a construção de novos espaços para abrigar os presos, uma vez que a melhoria depende de políticas públicas paralelas às da segurança pública. Quanto a isso, o superintendente afirma que "haverá iniciativas de outras áreas, que vão atuar conjuntamente na segurança visando a reduzir as desigualdades sociais e melhorar a qualidade de vida da população paraense".
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