Um adolescente de 17 anos de Ribeirão Preto(SP)
queimou a boca ao consumir um suco de maçã da Ades, segundo uma das
advogadas de sua família, Renata Moreira da Costa. Ela alega que o jovem
chegou a colocar a bebida na boca e a cuspiu antes de engolir, logo que
sentiu ardência na mucosa na noite de 7 de março, uma semana antes de a
Unilever Brasil – fabricante responsável – anunciar o recall de um lote
de embalagens de 1,5 litro que teria suco misturado com produto de
limpeza. A Unilever informou que não comenta casos específicos, mas
informou que o problema só existe em 96 unidades produzidas em Pouso Alegre (MG).
“Em segundos, ele sentiu uma queimação muito forte e já cuspiu. Logo em
seguida ele gritou ao perceber que a boca estava sangrando. Começaram a
formar fissuras e sangramentos em todo o interior dela”, disse a
advogada. Segundo Renata, a substância – que por pouco não foi ingerida –
era bem diferente da consistência de um suco: transparente e sem cheiro
como a água, porém mais denso. O líquido chegou a corroer o fundo de
uma panela de alumínio durante um teste preliminar, alegou a advogada.
“O ácido corroeu o fundo da panela, na hora borbulhou. (...) Acreditamos
que seja soda cáustica.”
Apesar de falar que o cliente queimou a boca, o laudo que vai
identificar se o suco continha problemas ainda não foi divulgado. "Se
ele tivesse ingerido o suco poderia estar em uma situação mais
delicada”, afirmou a advogada.
Ela disse ter encaminhado uma das duas caixas de suco adquiridas pela
família – além da panela corroída – para a Polícia Civil, onde foi
registrado um boletim de ocorrência por lesão corporal. Segundo o
delegado que investiga o caso, José Luís Meirelles Junior, o líquido foi
encaminhado para o Instituto de Criminalística, que ficou incumbido de
levá-lo para testes no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP).
“Teremos que ouvir o estabelecimento comercial que vendeu o produto e o
próprio fabricante”, disse.
Problema foi detectado em 96 unidades
do suco de maça Ades (Foto: Divulgação)
do suco de maça Ades (Foto: Divulgação)
A advogada alega também ter conseguido na Justiça uma medida cautelar
de produção antecipada de provas para que outra amostra do suco Ades
seja analisada por um químico. Mediante o resultado das investigações,
segundo ela, a família poderá tomar providências contra a fabricante.
Anvisa
Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (18) suspendeu a fabricação, a distribuição, a venda e o consumo de lotes dos produtos com soja da marca Ades. A medida atinge apenas uma das 11 linhas de produção de Ades da fábrica de Pouso Alegre (MG).
Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (18) suspendeu a fabricação, a distribuição, a venda e o consumo de lotes dos produtos com soja da marca Ades. A medida atinge apenas uma das 11 linhas de produção de Ades da fábrica de Pouso Alegre (MG).
A suspensão abrange todos os lotes da bebida fabricados pela linha de
produção TBA3G, em diferentes sabores. Os lotes fabricados na linha de
produção afetada podem ser identificados pelas iniciais "AG" no número
do lote.
Segundo a resolução, a medida foi tomada "por suspeita de [os produtos]
não atenderem às exigências legais e regulamentares da agência". A
Anvisa afirmou que a medida é temporária e que foi adotada como
precaução.
No dia 14, a Unilever anunciou recall em um lote do suco de maçã Ades
de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a
contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote com as
iniciais AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades
do produto Ades Maçã 1,5 l".
Unilever
Contatada pelo G1, a assessoria de imprensa da Unilever informou que não comenta casos específicos. Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Unilever reafirmou que o problema de qualidade limita-se às 96 unidades produzidas em Pouso Alegre e que nenhum produto fabricado na linha TBA3G foi distribuído ao mercado. "A linha encontra-se inativa", comunicou a empresa.
Contatada pelo G1, a assessoria de imprensa da Unilever informou que não comenta casos específicos. Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Unilever reafirmou que o problema de qualidade limita-se às 96 unidades produzidas em Pouso Alegre e que nenhum produto fabricado na linha TBA3G foi distribuído ao mercado. "A linha encontra-se inativa", comunicou a empresa.
A companhia informou ainda que já identificou a causa do problema de
qualidade e implementou as medidas corretivas correspondentes,
"incluindo a retirada do mercado das unidades produzidas na linha
TBA3G". "Todos os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com
iniciais AG permanecerão no mercado, encontrando-se em perfeitas
condições para consumo", afirma a Unilever.
G1
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