segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dia Mundial da Luta contra o Câncer: descubra como se prevenir

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos um terço de todos os casos de câncer pode ser evitado. A estratégia mais eficiente, adotada em longo prazo pela entidade, se resume a uma única palavra: prevenção. Somando esforços para isso, duas datas marcam a luta contra a doença: uma é o dia 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC); e o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, data que, recentemente, passou a integrar o calendário de atividades do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Ajudando a engrossar a lista de ações contra o câncer, a UICC lançou, em 2008, a Declaração Mundial contra o Câncer, documento que inclui metas para reduzir a incidência da doença no mundo até 2020, procurando, por meio da adesão popular, conscientizar governos e entidades médicas. O documento reúne 11 objetivos que devem ser alcançados até essa data, dentre eles a redução significativa do consumo mundial de tabaco e de álcool, além do combate à obesidade, um dos grandes fatores de risco para o câncer. Faz parte da lista também a busca por melhores métodos de diagnóstico, bem como o aumento da sobrevida dos pacientes com a doença, incluindo a cobertura universal dos programas de vacinação contra a hepatite B e o HPV, prevenindo assim, respectivamente, o câncer de fígado e o do colo do útero.

Fábio Gomes, nutricionista do Instituto Nacional do Câncer (Foto: Divulgação) Conforme explica Fábio Gomes, nutricionista do Inca, depois do tabaco, o fator que está mais fortemente associado ao câncer é a obesidade. “Se você fuma, as chances de ter um câncer são grandes. Já para as pessoas que não fumam, o fator mais relevante passa a ser a alimentação e o sobrepeso. No Brasil, temos menos do que 1/5 da população fumante e mais de 50% com sobrepeso. Ou seja, a maior parte dos brasileiros tem na obesidade um dos principais fatores para se ter câncer”, aponta o nutricionista.

Sendo assim, Fábio lembra que é na mesa que começa a prevenção. Mas quais alimentos devem ser evitados? Respondendo a essa pergunta, o especialista explica que, de modo geral, os embutidos, incluindo as carnes processadas, como salsichas, linguiças, mortadelas e blanquets, por exemplo, devem ser evitados. “Esses alimentos têm conservantes, os chamados nitritos e nitratos, que quando entram em contato com o suco gástrico do estômago se transformam em substâncias pró-cancerígenas, denominadas nitrosaminas, que podem ocasionar o câncer”, afirma.

Ele revela, ainda, que o sal também é outro vilão, tanto o branco, que é adicionado ao prato, como o que já vem inserido nos alimentos industrializados prontos para consumo, como os congelados. “Esses produtos utilizam o excesso de sal para aumentar o seu tempo de prateleira. É preciso lembrar que o sal agride o estômago, provocando uma inflamação crônica, o que pode transformar células saudáveis em precursoras de câncer”, alerta Fábio.

No que diz respeito às carnes, a atenção deve ser em relação às formas de preparo. Quando são submetidas a temperaturas mais altas, como a de uma chapa, ou a de uma frigideira, por exemplo, o processo gera na carne uma substância chamada amina heterocíclica, que é pró-cancerígena. “Os aminoácidos são superaquecidos de tal forma que dão origem a essas substâncias, que chegam até as células podendo provocar uma mutação no seu material genético. Esse tipo de agressão no DNA pode fazer com que a célula continue se multiplicando e não pare mais”, explica o especialista, lembrando que outros tipos de alimentos que podem propiciar o surgimento de câncer são os considerados de altas calorias, como os biscoitos e bebidas açucaradas industrialmente, bem como os fast foods de maneira geral.

Fábio destaca que a obesidade possui dois mecanismos que aumentam o risco de câncer nos rins, pâncreas, vesícula biliar, endométrio, mama, esôfago e colo retal, incluindo intestino e reto. “As pessoas com excesso de peso têm suas células de gordura inchadas, que passam a ficar inflamadas, liberando na corrente sanguínea substâncias pró-inflamatórias, agressivas ao organismo. Essa agressão às células saudáveis pode ocasionar câncer. Além disso, pessoas obesas apresentam maior concentração de hormônios anabólicos, que estimulam a multiplicação celular”.


Alimentos que previnem o câncer

O segredo para a prevenção está na variedade de legumes e verduras (Foto: Reprodução EPTV)A boa notícia é que o feijão, alimento tradicional do prato do brasileiro, ajuda a prevenir o câncer, revela o especialista. Porém, Fabio lembra que ao longo dos anos, o consumo da leguminosa vem diminuindo. “O feijão define a cultura alimentar de nosso país e é uma das principais fontes de fibra que podemos ter, além do que é um alimento composto por anticancerígenos semelhantes aos encontrados nas frutas e hortaliças. Se compararmos os hábitos alimentares do povo brasileiro com os de outras nações, como os EUA e o Reino Unido, por exemplo, percebemos que comemos melhor. Nossa alimentação é composta por 2/3 de alimentos não industrializados, o que favorece a prevenção da doença”, especifica Fábio.

Se uma pessoa quer se prevenir do câncer, a receita é a variedade no prato. Por dia, conforme aponta o nutricionista, é preciso comer, pelo menos, 400 gramas de alimentos de origem vegetal, que ajudam a combater a doença de três formas. A primeira delas diz respeito ao bloqueio da ação de agentes pró-cancerígenos, impedindo sua chegada às células saudáveis. Caso o agente entre na célula, a segunda forma de ação desses alimentos está em consertar o defeito causado por essa agressão no DNA. Já o terceiro mecanismo de proteção que esses alimentos fornecem diz respeito à morte seletiva de células defeituosas.

“Cada fruta, legume, ou verdura tem elementos particulares que atuam nessa prevenção, os chamados compostos antioxidantes e quimiopreventivos. O consumo de variedades desses tipos de alimentos é importante. Apesar de serem divulgadas muitas informações que tentam eleger um tipo de fruta, ou vegetal, que mais combate o câncer, as evidências mostram que não existe um único alimento, mas sim a combinação de vários, criando uma superproteção”, relata o especialista.

Outro ponto importante é em relação às fibras, que ajudam a manter a regulação do trânsito intestinal. O nutricionista explica que todos os dias são formados, durante o processo digestivo, compostos pró-cancerígenos que ficam em contato com o intestino. “Se a gente garante um bom funcionamento intestinal, vamos eliminar esses compostos. Do contrário, vamos mantê-los por mais tempo em contato com as paredes do intestino. Para isso, é recomendável consumir cereais integrais, e o feijão, além de outras leguminosas, como a lentilha e o grão-de-bico”, lista Fábio, destacando que o leite materno, um dos primeiros alimentos do ser humano, atua como um dos principais fatores de prevenção do câncer, pois reduz as chances da obesidade infantil.

 fonte: G1

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