quarta-feira, 24 de abril de 2013

Pará e Mato Grosso elaboram projeto de ferrovia para escoar produção


O Pará e o Mato Grosso deram mais um passo nesta quarta-feira, 24, para consolidar uma parceria que busca a integração logística entre as regiões Norte e Centro-Oeste, por meio de uma ferrovia, que ligará os dois Estados, reduzindo os custos para o escoamento da produção das duas regiões, tanto para o mercado brasileiro quanto para o internacional.

O assunto foi discutido nesta manhã pelo governador Simão Jatene e os presidentes da Assembleia Legislativa do Pará, Márcio Miranda, e do Mato Grosso, José Geraldo Riva. Além dos chefes do Legislativo, também participaram da reunião os titulares das Secretarias do Pará de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa, e de Indústria, Comércio e Mineração, David Leal.
Fizeram parte da comitiva liderada pelo deputado Riva, o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Mato Grosso, Alan Zanatta, e os assessores parlamentares Nelson Salim Abdala e André Nóbrega, que fazem parte da equipe mato-grossense para viabilizar o projeto.
O encontro, realizado no gabinete do Comando Geral do Polícia Militar, teve como objetivo traçar novos encaminhamentos para o projeto. A proposta inicial, apresentada pela comitiva mato-grossense, é que a ferrovia partisse do município de Água Boa, na região do Araguaia, em Mato Grosso, e chegasse até Barcarena, no nordeste do Pará, com o traçado paralelo às rodovias BR-158, PA-150, BR-222 e BR-010 (aproximadamente 1.600 km). O investimento estimado pela comitiva é de mais de R$ 3 bilhões.
Também foi discutida a possibilidade da ferrovia, em um primeiro momento, partir do Mato Grosso até Marabá, no sudeste paraense. “Essa alternativa reduziria os custos iniciais em cerca de um terço”, contabilizou o governador, para logo em seguida propor a discursão de uma Parceria Público-Privada (PPP), com o Pará e Mato Grosso bancando, se necessário, a maior parte dos recursos. A ligação com o nordeste paraense seria viabilizada com a construção de duas pernas, uma até Barcarena, e outra até o porto de Espadarte, em Curuçá.
Pará e Mato Grosso trabalharão, a partir de agora, para avançar como o estudo de viabilidade, o projeto básico, a discursão do melhor traçado, e a forma de implantá-lo. “Entrarei em contato com governador do Mato Grosso (Sinval Barbosa), que é nosso amigo com experiências positivas de articulação, para discutirmos como será feita essa consultoria. Agora é arregaçarmos as mangas e nos darmos a mãos para avançarmos nesse projeto”, afirmou Simão Jatene.
Ao final do encontro, os parlamentares dos dois Estados avaliaram positivamente reunião e demostraram otimismo em dar continuidade ao projeto. “Acreditava que Mato Grosso estava excessivamente otimista em relação a esse projeto, mas depois de encontrar o governador Simão Jatene e sua equipe nós chegamos à conclusão que não é apenas um sonho e que é sim, um projeto viável e se inicia agora”, afirmou José Geraldo Riva.
Márcio Miranda também informou que agendará uma sessão especial na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e que depois o mesmo será feito no Pará. “Precisamos vender essa ideia, não só para os investidores, como também para os demais parlamentares, o setor produtivo e toda a sociedade. Provavelmente isso vai custar, no mínimo, um bilhão de cada Estado”, disse.
O deputado completou afirmando que a ferrovia será um marco no desenvolvimento do Norte do país. “Não é só o escoamento de produção, é uma integração na Amazônia. Não é só levar o que a gente produz no interior do Estado, mas também trazer produtos dos grandes centros do mundo para o Pará e todo o Brasil. É uma via de mão dupla”.
Simão Jatene também avaliou de forma positiva o encontro e destacou que o desenvolvimento propiciado pela integração entre Pará e Mato Grosso será importante para reduzir pobreza e desigualdade. “Só tem um caminho para obtermos sucesso nessa luta, que é através da produção e da geração de emprego e renda. O que nós discutimos hoje foi isso. Uma ferrovia que integre o Pará e o Mato Grosso entre si e com o resto do mundo, é sem dúvida, um projeto que merece toda a nossa atenção”, concluiu.
Agência Pará

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