terça-feira, 19 de março de 2013

Latin NCAP testa segurança do HB20 e do EcoSport

 



O Latin NCap, braço para a América Latina da organização europeia que promove testes independentes de segurança com carros ao redor do mundo, divulgou nesta terça-feira (19), no Uruguai, os resultados que faltavam para completar a última fase do projeto piloto de avaliação na região, com 10 carros. Os modelos testados agora foram as versões mais básicas dos novos Hyundai HB20 e Ford EcoSport, ambos fabricados no Brasil. Os vídeos co m os resultados podem ser conferidos no site da organização.
O hatch Hyundai HB20 recebeu 3 estrelas no teste para adultos, mas na avaliação com bonecos que simulam crianças ficou apenas com 1 estrela. De acordo com o diretor técnico da entidade, Alexander Furas, a estrutura do hatch é estável e apresentou mínima deformação, o que é muito positivo. No entanto, a retenção da parte traseira não ofereceu segurança para crianças com até três anos, que não sustentam o pescoço como uma adulto. Conforme foi mostrado no teste, com o impacto, a cabeça do boneco foi projetada para o encosto do banco dianteiro do carro.

Furas afirmou ainda, que o HB20 por pouco não recebeu 4 estrelas para adultos. Porém, a pressão sobre o peito do motorista, causada pelo cinto de segurança e o airbag não foi satisfatória. "A marca se comprometeu a aperfeiçoar o modelos em conversas informais após a realização do teste", ressaltou Furas.
Já o Ford EcoSport ganhou 4 estrelas na segurança para adultos e 3 estrelas, com crianças. De acordo com o resultado, a proteção das coxas do motorista não foram as ideiais, por isso a pontuação não foi maior. "Os joelhos e o fêmur dos ocupantes adultos sofreram cargas altas de impacto", ressaltou. Segundo ele, nos testes de 2013 da Latin NCap, esta região das pernas será analisada com maior complexidade.
Os dois carros foram os últimos testados por não estarem disponíveis no mercado quando aconteceu o crash test anterior, em novembro. Este último aconteceu em dezembro.
Todos os modelos testados eram equipados com 2 airbags frontais, com exceção do Sandero. Cada carro foi submetido a uma colisão frontal a 64 km/h contra um obstáculo deformável, que simulava outro automóvel. A "nota" dos carros é dada pelo número de estrelas: de 0 até 5, sendo que, quanto mais, maior a segurança apresentada pelo carro na avaliação do LatinNCap. O órgão já realizou testes com outros modelos em 2010 e em 2011 (confira ao fim da reportagem).
Teste de novembro
Em novembro, foram testados Toyota Etios hatch, Honda City, Ford New Fiesta Hatch, Renault Sandero, JAC J3, Renault Fluence e Volkswagen Polo hatch. Também foi avaliado do Volkswagen Bora, que não é mais comercializado no mercado brasileiro.
Críticas
Ao apresentar os resultados desta fase na Argentina, no ano passado, o representante do Global NCap, David Ward, lamentou que os carros vendidos na América Latina não sejam tão seguros quantos os mesmos modelos à venda no mercado europeu. "Mesmo quando têm os mesmos equipamentos, os resultados são diferentes. Não sabemos ao certo o motivo, que pode ser a qualidade do aço usado no Brasil ou o processo de produção, diferente do da Europa, por exemplo”, disse.
Os níveis de segurança no Brasil são os mesmos que eencontrados na Europa há 20 anos."
Harke Smits, diretor do Global NCap
Ward afirmou ainda que a presença de airbags não é determinante para que um carro ofereça proteção adequada aos seus usuários, lembrando que alguns veículos equipados com o dispositivo não tiveram bom desempenho.
"Não é só obrigar o uso de airbags", alertou, dirigindo recomendações aos governos dos países da região. A partir de 2014, carros novos à venda no Brasil deverão conter airbag duplo (para motorista e passageiro da frente).
Em São Paulo, Harke Smits, diretor de Pesquisa de Produtos do Global NCap, deu uma ideia da situação do mercado nacional: “Os níveis de segurança no Brasil são os mesmos encontrados na Europa há 20 anos. Temos muito a evoluir”. Quanto a um possível ranking mundial, Ward afirma ser impossível elencar os piores e melhores países. "Os testes são específicos para cada país, que estão em fases diferentes de testes. Portanto, não há parâmetro de comparação."

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