A exoneração da Secretária Socorro Coelho guarda escaninhos que se podem desdobrar, em cotejamento com as caixas da Auditoria Geral do Estado, em um petardo de grosso calibre rumo ao gabinete governamental.
A secretária, em entrevista ao Blog da professora Edilza Fontes, declara que ao pousar na SEDUC encontrou "em torno de 88 escolas reformadas e não pagas porque foram feitas sem licitação".
O aspeamento é gravíssimo: a secretaria denuncia que a reforma de 88 escolas foi feita sem o devido processo licitatório.
Especula-se ser este um dos motivos pelos quais Socorro Coelho sofreu desgaste no governo: ela recebia pressões para fazer os pagamentos e se recusava alegando a irregularidade material do processo.
Alegava que a sua recusa se respaldava em orientação da AGE, que, em auditoria na SEDUC, detectou a irregularidade e recomendou o não pagamento.
As auditorias da AGE, de fato, apontam irregularidades graves nas 88 obras, e as lista como insanáveis.
A secretaria deixa R$ 9 milhões, para reforma e construção das escolas indígenas, R$ 157 milhões, para reformas de 14 escolas técnicas e R$ 164 milhões e 400 mil, para a reforma do ensino médio.
Alega que este último valor, depositado em conta especifica da Seduc desde 02 de abril, foi conseguido com esforço pessoal seu junto ao MEC, após demonstrar que o Pará tem o menor Índice de Desenvolvimento de Ensino Básico do Brasil.
As afirmações podem causar espécie: a SEDUC tem R$ 330 milhões e 400 mil guardados e as providencias para aplicação não foram tomadas até o momento.
Encontram-se nos gabinetes periféricos ao trono, as explicações para a demora: uma luta intestina para se apoderar de parte dos recursos, com cada um dos senhores feudais puxando parte dos valor para dentro dos seus muros.
Isto se revela na afirmação da secretaria quando ela entende que o motivo da sua saída "é o administrativo dos R$ 164 milhões e 700 mil que veio em conta separada do governo do Estado.".
Há a informação de que havia pressão de fora da SEDUC para que este valor fosse aplicada no NAVEGA PARÁ, um programa de inclusão digital do governo, que em alguns municípios é chamado de "Afunda Pará".
A secretaria alfineta: "em sete meses inauguramos 15 escolas, no estado, e deixo prontas 32 escolas para serem entregues, todas feitas com licitação".
Ela demonstra que é possível realizar obras em tempo hábil e da forma correta.
E arremata: "Com certeza o próximo gestor, não encontrará obras na minha gestão, sem licitação e sem recursos para pagar."
Ao que parece, o mal venceu na SEDUC, mas, doravante, veremos muito mais do que está por trás de mais esta troca.
Pelo sim pelo não, conste-se um recado de cunho moral, com o qual fecho esta postagem e com o qual a secretaria abriu a sua entrevista: "Algumas pessoas não prezam pelo seu nome. Eu prezo pelo meu. Construí com muito trabalho e não o achei na lata do lixo".
Fonte: Parsifal 4.0
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