quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pacientes esperam horas por atendimento



Mesmo após a exoneração do diretor do Hospital Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, a unidade de saúde continua em péssimas condições. O médico Marcos Melo de Andrade teria pedido para sair do cargo por não ter suportado os escândalos que surgem envolvendo o hospital. A Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto e que o antigo diretor pediu para sair alegando motivos pessoais.
Recentemente, uma grávida que não foi atendida por falta de leito no Abelardo Santos deu à luz em uma praça em frente ao hospital. Na tarde de ontem, uma jovem estava com princípio de aborto e, ainda assim, não foi avaliada por um especialista. Juliana Vanessa da Silva Paes, de 20 anos, estava com sangramento e muita dor mas, por falta de obstetra na unidade de saúde, sequer foi medicada.ESPERASegundo a sogra da paciente, Rosedalva Nazaré Melo, Juliana chegou ao Abelardo Santos por volta de 13h, mas até as 16h aguardava por uma ambulância que a levasse para a Fundação Santa Casa de Misericórdia. “Quando nós chegamos a médica olhou para a gente e disse para irmos em carro particular para a Santa Casa e que ela não era obstetra, por isso não podia fazer nada pela minha nora”, disse Rosedalva. Três horas depois de chegar ao hospital e já muito revoltada, a sogra de Juliana fez escândalos até que alguém da diretoria garantiu que a moça seria levada para outra unidade de saúde. “Aqui a gente não tem o direito nem de abrir a boca e brigar pela saúde de algum familiar. Ninguém está nem aí para saúde em um local que deveria zelar pela vida das pessoas”. Enquanto a sogra brigava por uma ambulância, Juliana chorava desesperadamente com medo de perder o filho. “A gente não tem para onde correr. O jeito é esperar e rezar”. Dentro do Abelardo Santos, muita gente reclamava da demora e do atendimento prestado. A todo momento pessoas doentes chegavam e precisavam aguardar longas horas até que, finalmente, pudessem ser avaliados pelos médicos. Crianças e idosos são as principais vítimas. A sala de urgência e emergência parece mais uma confusão de tanta gente que fica aglomerada. As pequenas salas da pediatria e do aerosol ficam lotadas e não têm a mínima higiene. Ontem pela parte da tarde, um jovem chegou com sintomas de pressão alta e tremendo muito. O estado de saúde dele parecia grave, mas os familiares não conseguiram a atenção dos funcionários. “Isso é um absurdo. Se a pessoa vem para cá é porque está precisando e é normal que os familiares se sintam inseguros, mas ninguém aqui consegue entender isso. Tratam as pessoas como se fossem bichos”, disse Maria da Conceição Rebelo, que acompanhava o seu pai em uma consulta e se indignou com a situação.
Fonte: Diário do Pará]

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