segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Transmissão via satélite é novidade nas eleições
Mais de 1,2 mil localidades receberão o benefício
A distância dos grandes centros e das sedes das zonas eleitorais não será causa de atrasos na totalização dos resultados das eleições gerais de outubro de 2010. Neste ano, eleitores de mais de 1,2 mil locais de votação espalhados por cerca de 400 municípios de 13 estados brasileiros depositarão seu voto na urna eletrônica e os respectivos resultados serão transmitidos para a totalização por meio de transmissão via satélite.
As localidades que contarão com essa tecnologia foram escolhidas em virtude da distância, do difícil acesso e da escassez ou inexistência de sistemas capazes de promover comunicação rápida e de qualidade. Diversos desses locais, em certas épocas do ano, tornam-se intransitáveis, seja por terra ou água. Para se chegar a muitos deles, é necessário utilizar vários meios de transporte, uma viagem que pode durar dias.
Como a aceleração no processo eleitoral – incluindo a apuração e a totalização dos resultados –, é uma das metas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as localidades de difícil acesso receberão o sistema de transmissão via satélite.
Por isso, para estas eleições, a tecnologia estará disponível em comunidades quilombolas, aldeias e reservas indígenas, assentamentos, colônias e vilarejos mais isolados dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia e Roraima.
Nessas localidades, os votos computados pela urna eletrônica serão enviados via satélite para o Tribunal Regional Eleitoral de cada estado. A partir daí os dados entrarão em uma rede de comunicação de uso restrito, serão recebidos e totalizados. A Justiça Eleitoral fará um check list e totalizará os resultados para serem divulgados.
Segundo o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, o objetivo da Justiça Eleitoral é promover a inclusão política de todos os cidadãos brasileiros. "A Justiça Eleitoral tem esse grande papel de incluir o cidadão brasileiro no processo político. Por mais remota que seja a comunidade, por mais afastado que esteja o eleitor, nós vamos buscar esse voto”, afirma.
Difícil acesso
As localidades que receberam a inovação tecnológica nessas eleições são de acessos muito restritos. Sem a tecnologia, a totalização dos resultados levaria dias. Para se ter uma ideia, para chegar a Foz de Canumã, no município de Borba, estado do Amazonas, leva-se oito horas de barco, mais uma hora de ônibus, 10 minutos de rabeta (tipo de barco com motor a hélice traseira), e duas horas de voadeira.
Em Goiás, no município de Cavalcante, a comunidade quilombola dos Calunga também utilizará o sistema de transmissão de dados via satélite, que chegará às localidades do Prata, Vão do Moleque, Riachão, Vão de Almas, São José Rocinha e Vermelho. Algumas delas ficam a cerca de 150 quilômetros da sede da zona eleitoral, só sendo alcançadas depois de um trajeto por estrada não pavimentada, utilizando aeronaves e veículos de transporte fluvial.
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