terça-feira, 16 de novembro de 2010

Três hospitais de Belém paralisam atividades a partir de hoje

São os hospitais Guadalupe, Maternidade do Povo e Beneficente Portuguesa


O Sindicato dos Trabalhadores de Hospitais e Casas de Saúde do Pará (Sinthosp) confirmaram o início da greve da categoria para hoje, a partir das 6 horas. Entre as principais reivindicações estão reajuste salarial, uma folga semanal e melhores condições de trabalho. Apenas 30% do quadro de trabalhadores atuarão nas áreas "essenciais", como na enfermagem, na esterilização e na alimentação dos pacientes. Às 19h de hoje, os sindicalistas se reúnem para votar pela paralisação de outros hospitais.

A decisão da paralisação aconteceu às 15h de ontem, durante uma assembleia geral na sede campestre do Sinthosp, em Benevides. Segundo o presidente do sindicato, José Francisco Pereira, 30 casas de saúde, a maioria do interior do Estado, tentaram negociar o reajuste salarial. A proposta dos trabalhadores é de 15%, mas a contraproposta dos hospitais é de 10%.

"A decisão pela greve continua. Amanhã (hoje), começará em três hospitais: no Guadalupe, na Maternidade do Povo e na Beneficente Portuguesa. Preocupadas com a greve, as casas de saúde já estão me ligando para negociar o reajuste salarial. O (hospital) Porto Dias, por exemplo, ofereceu 10%. Nós aceitamos, mas não queremos menos que isso", afirmou José Francisco.

Ele reitera que 70% dos trabalhadores de hospitais e casas de saúde do Estado ganham um salário mínimo (R4 510,00). "Se você for calcular, só 30% ganham acima de R$ 700,00. Então, não adiantaria pedirmos um reajuste abaixo de 15% ou 10%, porque, em janeiro, o salário mínimo vai ‘engolir’ todo mundo", prevê.

Além do reajuste salarial, outros pontos reivindicados pela categoria são a folga de um dia por semana e melhorias nas condições de trabalho. "Não aceitamos mais descansar nos banheiros dos hospitais. Não temos uma refeição digna. Esta é hoje uma das piores relações de trabalho. Eles não estão ‘nem aí’ para ninguém. Até seringa descartável pedem para que a gente lave com formol líquido para um novo uso. Estamos lidando com seres humanos, não podemos aceitar isso. A Vigilância Sanitária não aparece. Só nos resta denunciar", observou o presidente.

José Francisco acrescenta que a paralisação está legalizada e que "qualquer demissão será revista" pela Justiça do Trabalho. De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a ideia é paralisar de quatro a cinco hospitais por dia e "esperar a manifestação de órgãos públicos ou dos estabelecimentos de saúde privados." No Pará, são 35 mil trabalhadores técnicos em hospitais, clínicas e demais casas de saúde particulares, sendo que pelo menos 20 mil atuam na capital. O Sinthosp não divulgou o número de grevistas no Estado.

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