sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dois mil assessores especiais na corda bamba




No governo Ana Júlia, o clima é de baile da Ilha Fiscal. Até o início da próxima semana, a previsão é de que nada menos de 2 mil assessores especiais contratados pelo governo sejam mandados para casa. Cliquem aqui.

Vocês vão ver, em cerca de 15 páginas do Diário Oficial de ontem, as quase 300 exonerações decretadas pela governadora. Vejam acima duas imagens com algumas das exonerações.Todos os exonerados são assessores especiais lotados no Gabinete da Governadoria.O governo chegou ao final da campanha de olho no cofre.No seu próprio cofre, é claro.Constatou – mas só agora? - que há assessor demais para dinheiro de menos.Começou a fazer umas contas e concluiu, a bico de lápis – ou a bico de calculadora –, que enfrentaria problemas para fechar a folha de final de ano, que inclui o décimo-terceiro.Decidiu-se, então, priorizar o pagamento de fornecedores, para não deixá-los, digamos, desprevenidos no final de ano.Resultado: em plena época em que se começa a aspirar o clima de Natal, o “governo que cuida das pessoas” deixará centenas e centenas delas passarem as festas de final de ano sem emprego ou sob a desconfortável expectativa de que venham a perdê-lo. Tudo para reservar pelo menos um pouquinho para pagar fornecedores.Sem mais quaisquer conveniências de ordem eleitoral a atender, Sua Excelência passou a mão na caneta e começou a assinar decretos às dezenas.Ontem, foram cerca de 300 exonerações, quase todo mundo ligado ao deputado federal Paulo Rocha – candidato derrotado ao Senado na eleição deste ano e no momento com sua inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral – e ao ex-deputado Mário Cardoso, que neste ano não conseguiu se eleger para a Câmara dos Deputados. Ambos integram a tendência Unidade na Lula, a mais expressiva, a mais forte do PT.Para hoje, estão sendo esperadas mais algumas centenas – umas 300, segundo disseram ontem ao blog.Deverão atingir assessores especiais ligados à Democracia Socialista, integrada pela própria governadora e pelos integrantes do chamado núcleo duro, hoje abertamente responsabilizado por todas tendências petistas – à exceção, claro, da própria DS – pela derrota de Ana Júlia para o tucano Simão Jatene.Ao exonerar o pessoal da DS, o Palácio dos Despachos pretende emitir uma sinalização de que o enxugamento não se inspira em interesses segmentados, seja do próprio governo, seja em relação ao PT.Pretende, enfim, demonstrar que a governadora, mesmo pertencendo à DS, juntamente com os demais condestáveis da tendência que a mantiveram refém por praticamente quatro anos, está sendo forçada enxugar a folha por imposições de ordem financeira (Extraido do blog espaçoaberto).

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