O Pará lidera o ranking de desmatamento acumulado na Amazônia Legal, com 46% da área devastada na região (174 quilômetros quadrados), considerando agosto e setembro deste ano. Essa informação consta no Boletim Transparência Florestal, divulgado na quarta-feira (04), pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em seguida aparece o Mato Grosso, com 28% (105 quilômetros quadrados), Amazonas com 11% (40 quilômetros quadrados) e Rondônia com 9% (34 quilômetros quadrados). Esses quatros estados foram responsáveis por 93% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal neste período. Os outros 7% ocorreram nos estados do Acre, Roraima, Amapá e Tocantins.
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon registrou 500 quilômetros quadrados de florestas degradadas, ocasionados pela intensa exploração da atividade madeireira e pela queimadas. Isso corresponde ao aumento significativo de 147% em relação ao mesmo período do ano anterior (setembro de 2009), quando a degradação florestal atingiu 202 quilômetros quadrados. O estado do Mato Grosso lidera este ranking, com 55% (1.135 quilômetros quadrados) do total das áreas florestais degradadas, acumuladas no período de agosto a setembro de 2010. Em seguida aparecem o Pará, com 30% (614 quilômetros quadrados), e Rondônia, com 10% (209 quilômetros quadrados). Os outros 5% da degradação florestal na Amazônia Legal correspondem ao Amazonas (51 quilômetros quadrados), Acre (25 quilômetros quadrados) e Tocantins (21 quilômetros quadrados).
Mas o boletim do SAD também tem notícias boas. De acordo com ele, houve uma redução de 21% do desmatamento na Amazônia Legal, em relação a setembro de 2009, quando as áreas que tiveram corte raso (supressão total da floresta com exposição do solo) somaram 216 quilômetros quadrados. Em setembro passaod, o SAD detectou 170 quilômetros quadrados sob este problema. Além disso, o desmatamento acumulado apresentou resultados positivos: no período de agosto a setembro de 2010, totalizou 380 quilômetros quadrados, correspondente a uma redução de 22%; em comparação ao mesmo período do ano anterior, as áreas desmatadas somaram 489 quilômetros quadrados. Em setembro de 2010, cerca de 48% do desmatamento ocorreu em Mato Grosso. O restante ocorreu no Pará (18%), seguido de Rondônia (14%), Amazonas (11%), Acre (7%), Roraima (1%) e Tocantins (1%).
Em relação à situação fundiária, em setembro de 2010, o SAD avaliou que a maioria das áreas desmatadas (75%) corresponde a terrenos privados ou sob diversos estágios de posse. Os assentamentos de reforma agrária sofrefram desmatamento de 14% da área, seguido de unidades de conservação (9%) e terras indígenas (2%). No caso das terras indígenas, foram registrados, este ano, somente três quilômetros quadrados, sendo que a Kayabi foi a mais afetada no Pará.
Os dados do SAD são validados com imagens CBERS e Landsat (resolução espacial mais fina) disponíveis pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os desmatamentos menores que 6,25 hectares não são incluídos nas estatísticas.
Fonte: O Liberal
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