quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assassinatos em Belém cresceram 84,3% em três anos



Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de homicídios na capital do Estado vem aumentando ano a ano, de forma preocupante. O crescimento de casos é oposto ao movimento nacional. Na comparação dos triênios de 2001 a 2003 e de 2006 a 2008, o aumento do coeficiente de homicídios em Belém foi de 84,3%. Nos três primeiros anos analisados essa taxa era de 78,5 assassinatos a cada grupo de 100 mil habitantes e saltou para 144,7 no segundo período. Em todo o Brasil essa variação foi negativa (-23%). Somente duas capitais apresentaram cenários piores ao de Belém: Maceió, que variou em 150,5% o número de homicídios, e Salvador que ampliou 93,9% o número de casos.

O estudo 'Saúde Brasil 2009', que revela um panorama atual das mortes por acidentes e por violência no Brasil, revela que a ascensão do número de assassinatos tornou Belém a quinta capital mais violenta do País. Somente em 2008, foram 725 homicídios, o que representa cerca de dois belenenses assassinados por dia. Considerando o número de casos pela população, a taxa é de 50,3 mortes por 100 mil habitantes. A marca só é superada por Maceió (101,6 óbitos por 100 mil pessoas), Recife (61,2/100.000), Vitória (58,9) e Salvador (57,1).

As maiores vítimas são, disparadamente, os homens. Por sinal, Belém também figura na quinta posição do ranking nacional de óbitos masculinos decorrentes da violência. Dos 725 homicídios registrados em 2008, em quase 95% deles as vítimas foram homens (686 mortes). A média é de 100,3 óbitos por cada 100 mil moradores de Belém. Em todo o País, as vítimas masculinas respondem por 83,1% do total das mortes por causas externas. Maceió aparece novamente no topo: foram 926 homicídios, sendo 96% deles de homens. O índice correspondente a uma taxa de 207,2 homens mortos a cada grupo de 100 mil. Palmas, por sua vez, apresentou o menor indicador entre as vítimas masculinas: 28/100.000.

Entre as mulheres, grupo em que a taxa de mortalidade por homicídio foi bem menor em relação aos homens, as maiores taxas ocorreram em Vitória (8,5), Cuiabá (7,6), Maceió (7,1), Recife (6,8) e Curitiba (6,6). Belém registrou 39 casos em 2008 - cerca de 5 em cada 100 mil.

Para Otaliba Libânio Neto, diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde, esses dados indicam que a Região Norte, sobretudo o Pará, precisa de mais atenção das autoridades públicas de segurança e saúde no esforço de prevenir homicídios. Pelo levantamento, o risco da população belenense ser vítima de homicídio é 4,5 vezes

maior o que de outras causas externas. Comparando a probabilidade entre os sexos, um homem na capital paraense tem quase 10 vezes mais chance de ser assassinado do que uma mulher. Para eles, as principais causas de morte violenta foram as agressões (40,6% do total), especialmente as provocadas por armas de fogo (29,4%).

Acidentes - Outra distinção feita no documento é o risco de morte por acidentes de transporte terrestre. No total, 162 pessoas foram mortas no trânsito de Belém nesse mesmo período. Representa 11,3 a cada 100 mil habitantes. Os homens respondem, novamente, pela maioria dos registros. Foram 131 óbitos nas ruas da cidade, enquanto as vítimas do sexo feminino apareceram em 31 casos. Proporcionalmente, a média dos homens foi de 11,3 a cada 100 mil e das mulheres de 4,2.

Os índices são os mais baixos da Região Norte. Os estados nortistas aparecem no topo do ranking de mortalidade no trânsito. Porto Velho registrou o maior índice de mortes em decorrência desses acidentes, 37,5 óbitos por 100 mil habitantes. Boa Vista (36,8), Palmas (31,6), Campo Grande (29,9), e Cuiabá (25,5), surgem na sequência. A melhor colocação ficou com o município do Rio de Janeiro, onde foram registradas 5 mortes no trânsito em cada grupo de 100 mil habitantes.
Fonte: O Liberal

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